quarta-feira, 3 de março de 2010

tempo verbal

Você passou por uma fase difícil, mas está finalmente alcançando um equilíbrio. Encontra-se em um momento no qual não espera nada de ninguém. Quer curtir! Procura diversão, algo ou alguém com quem passar o tempo, nada sério. Então, eis que aparece na sua vida aquela pessoa a quem você não dava nada, e encontra nela aquele 'quê' especial. Essa pessoa vai se tornando cada vez mais presente nos seus dias, você passa a achar quase essencial que ela exista em sua vida, e é maravilhoso porque foi inesperado e praticamente improvável. A partir dali, enxerga essa pessoa como uma promessa de uma grande amizade, alguém que você preza muito. Certo dia, 'A' pessoa por quem você criou um apreço confessa (ou admite) um interesse por você. Isso é chocante, você se assusta, mas entra no jogo - afinal, você está em momento de descobertas e novas experiências -, cedendo a investida e aceitando um encontro. E tudo corre as mil maravilhas. A conversa foi ótima como sempre. E o beijo... o beijo foi como se aquelas bocas fossem destinadas uma a outra. Você se alegra, saltita como uma criança de 9 anos, mas para. Volta a realidade e lembra que a hora é de curtição. E assim se mantém firme e forte. Nada de envolvimento. Mas a pessoa parece estar em outra vibração. Corresponde de forma completamente diferente aquilo. Mostra-se ali, coloca sentimento, tem atitudes que você nem sonharia, demonstra uma entrega aquilo, que você não imaginava que ela seria capaz. Você se rende, se envolve e se apaixona. Pronto, por água abaixo aquela história da diversão. Você tentou e ainda bem que não conseguiu. Você não iria querer ter perdido a chance de viver uma das coisas mais lindas que já tinha vivido até então. Você ama e se sente amado. É tudo maravilhoso, apesar das dificuldades e das controvérsias. Você desafia a ordem, a ética e o tempo. Maldito tempo! Ele cismava em correr quando não devia e a caminhar a passos curtos quando deveria se apressar. O tempo. Ele passou. E como tudo que é doce uma hora enjoa, amanheceu e a pessoa foi embora. Não podia mudar a rotina, burlar aquele sitema, modificar o que já era estabelecido. Acabou. E você ficou pensando na razão disso. Como chegaram aquele ponto? Por que essa pessoa tinha feito tudo aquilo? Quem poderia imaginar? Você teve ódio, raiva, ficou desacreditado, supôs que tudo o que vivera tinha sido uma mentira. Sofreu. Quis uma porção de coisas horríveis, pensou barbaridades, rogou praga... Mas passou. A vida seguiu. Até que em uma situação corriqueira, te fazem uma pergunta besta que você não consegue responder. Você esqueceu? Você fica aflito e não consegue parar de pensar no assunto. Passam-se dias e por acaso você lembra. Isso te deixa impressionado. O tempo, apesar de pouco, se encarregou de fazer você esquecer um bocado de beleza, uma série de sorrisos, um monte de palavras e um catatau de coisas boas daquela história. Como poderia ter esquecido daquilo? Algo tinha que ser apagado, lógico, mas tudo? O tempo era necessário, mas quanto? O suficiente. E você se questiona se quer mesmo isso. Não! Você não quer esquecer a pessoa. Você sabe o quanto ela foi importante na sua vida, o quanto a amizade dela vinha te acrescentado. Então, ainda meio incerto, você vai atrás da memória. Não havia necessidade de bloquear. Se tivesse sido ruim, tudo bem, mas não foi! e você estava convencido disto. Você trata de tomar uma atitude - se acostumou a dar o primeiro passo - e tudo parece transcorrer perfeitamentemente bem. Você fica satisfeito. Até que te surge a imagem: um riso e um olhar que não são por sua causa. Um desconforto.................... que não dura!!!!! Sorri, enfim, como quem descobre o presente. Sim, é esse o tempo adequado.

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