segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Não é inferno astral: é verdade.


Foi quando eu cheguei ao restaurante e pedi uma mesa para uma pessoa. Enquanto aguardava o atendimento, avistei os dois na porta do estabelecimento em que eu estava. Eles entraram, sentaram-se junto a outras pessoas que, coincidentemente, eu também conhecia.
Eu acenei de maneira entusiasmada e acabei criando um clima desconfortável entre eles. Ela subiu as escadas, disse que ia ao toilet. Eu observava de longe.
Por interesses e amigos em comum, fui convidada a sentar a mesa a qual ele também estava.
Ocupei a cadeira vaga ao lado dele. Era incômodo.

– Eu sei o que você está fazendo.
– Não, não sabe.
– Você quer destruir o que tenho construído.
– Não posso destruir o que não existe há tempos.
– Você não sabe o quanto as circunstâncias são complicadas.
– Eu sei. E é justamente o que te torna um convencional hipócrita.
– Você vai fazer alguma coisa?
– Só o que você não tem coragem.
– Você armou isso?
– “Para quem é fraco e covarde, tudo é armadilha”, lembra?

Fui embora deixando na cadeira vazia um bilhete escrito com uma caneta azul barata.

                                                       Não há lugar que seja nosso.

E tudo voltou a ser o que não era.




Um comentário:

  1. encontrei seu blog de um jeito cômico (procurando análise de sonhos, cof), mas adorei a surpresa! vou seguir! :)

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